Ao ouvir que seu povo estava sendo ameaçado pelos amonitas, Saul foi tomado pelo Espírito Santo, se encheu de ira e partiu para a batalha que resultou em vitória. Isso nos parece estranho, mas a Bíblia fala da ira santa, ou seja, a capacidade de ficar irado sem pecar, de se indignar contra o que o próprio Deus se ira.
Certa ocasião Jesus entrou numa sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma de suas mãos. Os religiosos criticaram o Mestre porque ele curou o homem num dia de sábado. Ele olhou ao redor, indignado e condoído com a dureza do coração deles. Isso mostra que a ira santa não é menos nobre do que o amor, pois ambos coexistem em Deus.
Martinho Lutero dizia que “não sabia fazer nada bem até que sua ira se acendesse; aí, então, ele poderia fazer bem qualquer coisa”. Essa ira não é a mesma que a ira egoísta, interesseira e carnal, é aquela capacidade de se indignar contra o mal, a injustiça, o pecado, os valores do reino de Deus. A Bíblia é clara quando diz:
“Abstende-vos de toda forma de mal” (1Ts 5.22).
“Aborrecei o mal, e amai o bem” (Am 5.15).
“Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor” (2Tm 2.19).
“O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço” (Pv 8.13).
“Provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5.10-11).
“Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa” (At 2.40).
“Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4).
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