“Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra” (Is 54.5). Esta frase prendeu minha atenção nesta tarde: “o teu Criador é o teu marido”. Deus comparou-se várias vezes com um marido, sendo Israel a esposa.
No Novo Testamento Jesus é o noivo e a igreja a noiva. Ele fez isso para falar de seu amor, fidelidade, e cuidado pela nação israelita. Israel foi ao cativeiro por infidelidade ao seu Deus. Isso aconteceu várias vezes. Mas, Deus se manteve fiel ao seu povo e nunca o abandonou. Pelo contrário, ele disse: “Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária do que os filhos da casada, diz o Senhor” (Is 54.1). Você já imaginou ter Deus como seu marido, seja você mulher ou homem?
Deus mostra seu amor por Israel como um marido que escolhe uma mulher estéril e lhe promete muitos filhos, lhe enchendo de alegria e acabando com a sua solidão. Ele tira o seu medo e a livra da vergonha. O passado humilhante seria esquecido, tamanha a felicidade obtida do marido gracioso.
Esse é o nível de conjugalidade que Deus quer ter com cada um de nós. Ele quer ser o seu marido; seja você homem ou mulher. Essa é uma relação essencial em nossa vida. Ter um marido é importante, mas não é essencial na vida; ter uma esposa é importante, mas não é essencial; ter filhos é maravilhoso, mas não é essencial. Mas, Deus é essencial na vida de cada ser humano. Quando aprendemos a diferença entre o que é essencial e o que é secundário, vivemos bem melhor.
O problema nosso de cada dia é a inversão de valores. Priorizamos o que não é essencial, e minimizamos o essencial. A vida não é linear como imaginamos. A linearidade pode ser vista no plantio e na colheita, pois o que semeamos colhemos; na física isso funciona com a lei da gravidade. Mas, não é assim que funciona a relação com Deus, a não ser quando ele se torna essencial em nossa vida. Se nosso objetivo é alcançar as bênçãos de Deus por fazer tudo correto, vamos nos frustrar, pois nada garante que tudo vai sair bem, mesmo vivendo moralmente bem. Porém, se nosso objetivo é o próprio Deus, não importa o que aconteça, bem ou mal, ele sempre será o centro, e tudo nos levará a ele. Em outras palavras, casemos com Deus, não com as coisas de Deus. Nenhum casamento interesseiro tem vida longa.
Quando Jesus estava se despedindo de seus discípulos pouco antes de ser preso e crucificado, ele disse: “Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só; contudo, não estou só, porque o Pai está comigo” (Jo 16.32). Quem é casado com Deus nunca está só; quem não tem Deus como seu marido, mesmo casado vive uma solidão crônica.
Portanto, nossa essencialidade não está no marido, na esposa, nos filhos, no dinheiro, na saúde, na família, ou em qualquer outra menção. Nossa essencialidade está em Deus. Jesus veio ao mundo para nos reconciliar com o Deus Redentor, realizando assim uma conjugalidade de eterna felicidade.
Comentários
Antonio Francisco.
Fato comprovado de que estou muito aquém da perfeição que Deus exigiu do patriarca Abrão, (Gn 17:1 b) e exije também de mim, (I Pe 1:16).
Obrigado Antônio!
Que o Senhor continue te abençoando e usando-o como instrumento para a edificação do Teu povo.